Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians são indiciados
Após quase um ano de investigações, a Polícia Federal (PF) concluiu que a Rede Social Media, que intermediou o acordo de patrocínio, usou uma empresa fantasma para fazer R$ 1.074.150,00UJ chegar à conta bancária da Football Talent Intermediação, empresa apontada como braço do PCC.

A Polícia Civil concluiu nesta quinta-feira, 22, o inquérito do caso Vai de Bet e indiciou Augusto Melo, presidente do Corinthians, por associação criminosa, furto qualificado pelo abuso de confiança e lavagem de dinheiro.
Além dele, foram indiciados o empresário Alex Cassundé, cuja empresa teria intermediado o negócio com a casa de apostas, e os ex-dirigentes corintianos Marcelo Mariano e Sérgio Moura, todos pelos mesmos motivos que o mandatário alvinegro.
A reportagem procurou a defesa de Melo e ainda não teve retorno. Cláudio Salgado, advogado de Cassundé, disse, via assessoria de imprensa, que não vai se manifestar antes de ter acesso ao termo. Mariano e Moura ainda não foram localizados.
Ao longo dos últimos meses, o Corinthians teve o nome associado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), em razão de valores desviados do contrato entre o clube e a antiga patrocinadora Vai de Bet.
Após quase um ano de investigações, a Polícia Federal (PF) concluiu que a Rede Social Media, que intermediou o acordo de patrocínio, usou uma empresa fantasma para fazer R$ 1.074.150,00UJ chegar à conta bancária da Football Talent Intermediação, empresa apontada como braço do PCC.
A conclusão da PF esquenta os bastidores da política corintiana, poucos dias antes da votação do impeachment do presidente do clube, Augusto Mello, alvo de quatro pedidos de destituição, um deles justamente em razão do caso Vai de Bet. A reunião que deve decidir o futuro do dirigente está marcada para o dia 26 de maio.
O Corinthians anunciou, em janeiro de 2024, um acordo de patrocínio com a Vai de Bet no valor R$ 360 milhões. Em junho, após as notícias de repasses a “laranjas”, a casa de apostas rescindiu o contrato de forma unilateral. São quatro as empresas envolvidas na situação:
Rede Social Media design Ltda: pertence a Alex Cassundé, um dos alvos da investigação. Atuou na campanha presidencial de Augusto melo como consultora de marketing e, depois, foi escolhida para intermediar o negócio com a Vai de Bet. Recebeu dois depósitos de R$ 700 mil feitos pelo Corinthians, nos dias 18 e 21 de março.
Neoway Soluções Integradas em Serviços e Soluções Ltda: Recebeu, da Rede Social Media, parte do R$ 1,4 milhão. Foram dois pagamentos, nos dias 21 e 26 de março. A empresa foi usada como “laranja” para dissimular o destinatário final do dinheiro r nome de Edna Oliveira dos Santos, uma empregada doméstica que vive em Peruíbe. De acordo com a investigação, a Newoay integra um ” grupo criminoso” ao lado de oturos CNPJs: a ACJ Platform, a Thabs Soluções Integradas e a Carvalho Distribuidora.
Wave intermediações e tecnologia Ltda: Também apontada como empresa fantasma, foi o terceiro destino no caminho do dinheiro subtraído dos cofres do Corinthians. Registrou uma movimentação de R$ 13 milhões entre os dias 26 de março e 28 à empresa Victory Trading Intermediação de Negócios, Cobranças e Tecnologia Ltda, outra investigada no caso.
UJ Football Talent: De acordo com delação de Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado no Aeroporto de Guarulhos em novembro do ano passado, é o braço do PCC no futebol. Recebeu R$ 874.250,00 da Wave e mais R$ 200 da Newoay, enviados à ela pela Victory Trading.
O delegado Tiago Fernando Correia, que preside o inquérito do caso, não tem dúvidas de que o Corinthians, como instituição, é uma vítima da situação. Não à toa, a conclusão apresentada é que o clube foi vítima de um furto qualificado praticado por uma associação criminosa envolvida com a lavagem de dinheiro.
“Em suma, que o Sport Club Corinthians Paulista foi lesado, é indubitável; e concordemos que, não se trata de coincidência, muito menos de mero acaso, o dinheiro ter saído das contas de um renomado Clube brasileiro para ser abocanhado por uma afamada Agência de Assessoria Esportiva”, escreveu o delegado.
As suspeitas relacionadas aos dirigentes, contudo, continuam vivas. Augusto Melo prestou depoimento em abril e corre o risco de ser indiciado.
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