Nem Felipe Neto poupa governo Lula de críticas no caso do IOF

Em postagem no X, Felipe disse que o “governo segue anunciando mudanças sem ligar a mínima para comunicação”.

Mesmo sendo um apoiador declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tendo sido chamado até para integrar um grupo de trabalho da atual gestão, o influenciador digital Felipe Neto usou as redes sociais nesta sexta-feira (23) para criticar a forma como o governo tem lidado com a comunicação de suas medidas econômicas — especialmente após o anúncio e o recuo sobre a nova tributação do IOF.

Em postagem no X, Felipe disse que o “governo segue anunciando mudanças sem ligar a mínima para comunicação”. O youtuber também afirmou que ninguém na atual gestão “faz antecipação de crise” e “mapeia os pontos sensíveis” que os opositores, que ele classificou como “extrema-direita”, vão explorar.

– Pegam todo mundo de surpresa. Não publicam cartilhas, vídeos e conteúdos em geral explicando de maneira simples a mudança, trazendo a população para perto. Não, é assim: “mudamos isso” – declarou.

RECUO DO IOF

Poucas horas após publicar um decreto com a elevação e a padronização de diversas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo recuou e revogou parte dos aumentos. As aplicações de fundos nacionais no exterior continuarão isentas, e as remessas de pessoas físicas ao exterior destinadas a investimentos continuarão com a alíquota de 1,1% por operação.

O Ministério da Fazenda anunciou a reversão parcial do decreto no fim da noite desta quinta-feira (22) em uma série de postagens na rede social X. A pasta alegou que a decisão foi tomada “após diálogo e avaliação técnica”. No entanto, o fato é que o governo recebeu inúmeras críticas por conta das elevações no tributo.

– Este é um ajuste na medida – feito com equilíbrio, ouvindo o país e corrigindo rumos sempre que necessário – justificou o Ministério da Fazenda na rede social.

Originalmente, o governo pretendia aumentar o IOF para ampliar o caixa em R$ 20,5 bilhões em 2025 e em R$ 41 bilhões em 2026. Na noite desta quinta, porém, a gestão federal fez uma reunião de emergência no Palácio do Planalto para discutir as medidas sobre o imposto, especialmente após fortes críticas do mercado financeiro com o vazamento à imprensa de parte das medidas.

O encontro não teve a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que viajou para São Paulo no fim da tarde desta quinta, logo após anunciar o congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025. Numa reversão de movimentos, o dólar subiu, e a bolsa caiu, em meio a incertezas sobre a elevação do imposto, anunciada após o fechamento do mercado de câmbio e nos minutos finais de negociação na bolsa.