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Opositores a Maduro falam em “resgate espetacular” para fugir da Venezuela

Além de Omar González, participaram da coletiva Magalli Meda, Pedro Urruchurtu, Claudia Macero e Humberto Villalobos.

Opositores a Maduro falam em “resgate espetacular” para fugir da Venezuela
Opositores a Maduro falam em “resgate espetacular” para fugir da Venezuela (Foto: Reprodução)

Os cinco opositores venezuelanos que estavam asilados na embaixada da Argentina em Caracas participaram no sábado, 24, de uma entrevista coletiva, em Washington, após uma fuga que classificaram como “uma operação sem precedentes”.

“Foi um dos resgates mais espetaculares da história das fugas”, afirmou Omar González, um dos integrantes do grupo.

Além de Omar González, participaram da coletiva Magalli Meda, Pedro Urruchurtu, Claudia Macero e Humberto Villalobos.

Eles se refugiaram na embaixada em março de 2024, durante uma onda de prisões políticas antes das eleições presidenciais de 28 de julho. O pleito terminou com a reeleição do ditador Nicolás Maduro para um terceiro mandato, sob denúncias generalizadas de fraude.

Inicialmente, eram seis asilados. Fernando Martínez Mottola deixou a embaixada em dezembro e morreu em fevereiro, por complicações de saúde.

Os cinco restantes, aliados da opositora María Corina Machado, nunca obtiveram salvo-conduto para sair do país. A fuga foi anunciada em 6 de maio pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que descreveu a ação como uma “operação precisa”.

Durante a coletiva, os opositores evitaram dar muitos detalhes da operação.

“O processo está em andamento”, justificaram.

Omar González, no entanto, disse à agência AFP que o grupo tinha informações concretas sobre ameaças: “Eles achavam que íamos nos render. Para isso, precisavam nos eliminar fisicamente. Sabíamos que, naqueles dias, iriam ocorrer eventos.”

Segundo ele, a operação foi planejada com antecedência e “tudo saiu com perfeição, sem caos, sem disparos”.

González acrescentou que o regime ainda não sabe como a fuga foi possível. Urruchurtu negou “categoricamente” que tenha havido qualquer negociação

Um milagre

Magalli Meda descreveu a fuga como “um milagre” após 412 dias reclusos.

“Fechem os olhos onde estiverem e imaginem ficar trancados por um ano e dois meses. Cinco meses sem acender um interruptor, cinco meses sem abrir uma torneira que saísse água”, relatou.

Ela afirmou ainda: “Somos uma amostra absolutamente clara de que a liberdade é possível”. Críticas ao Brasil

Urruchurtu disse que o grupo sobreviveu graças à união.

“Tivemos de estar unidos como uma família, com muita dignidade”, disse.

O ex-chefe de campanha de Machado e do também exilado Edmundo González Urrutia — que reivindica vitória no pleito de 2024 — criticou a inação da comunidade internacional: “A diplomacia convencional fracassou”.

Os opositores agradeceram a atuação dos governos dos Estados Unidos e da Argentina, mas fizeram críticas a países como México, Colômbia e Brasil, que apostaram no diálogo com o regime.

“Eles não têm respostas contra um regime autoritário e criminoso”, declarou Urruchurtu.

O grupo defende maior pressão internacional e cobra ações concretas. Omar González pediu o fim das operações de empresas estrangeiras na Venezuela, como a petroleira Chevron, cuja licença expira na próxima semana.

Segundo ele, o financiamento do regime vem tanto de fontes legais quanto ilícitas.

“Esse dinheiro não vai para o povo. Ele serve para engordar contas bancárias de hierarcas do regime e para comprar armamento e equipamentos antimotim.”

Ele também criticou o Tribunal Penal Internacional. “Até quando vão esperar?”, questionou. Ele cobra um mandado de prisão internacional contra o ditador Nicolás Maduro por crimes contra a humanidade.

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